segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

CORRIDA: TIPOS DE SUPERFÍCIE

CORRIDA

Correr, apesar de parecer uma prática muito simples, é mais complexa do que a maioria das pessoas pensa. Deve ser praticada com muitos cuidados, e aplicações corretas das técnicas específicas são fundamentais. Aqui estão algumas dicas importantes sobre os diferentes tipos de piso e pisada.

BONS TREINOS!


TIPOS DE SUPERFÍCIE: INDICAÇÕES E CONTRA INDICAÇÕES


Asfalto

Prós: São lisos, o que é bom para os tornozelos e para manter o ritmo.

Contras: Superfícies rígidas acentuam o impacto. Correr em beiras de rua, normalmente desniveladas gerar desequilíbrio e força irregularmente os músculos.

Concreto

Prós: Bem conservado é o mais liso dos terrenos

Contras: É aproximadamente 10 vezes mais rígido que o asfalto. Promove o maior impacto entre todos os tipos de piso.

* Correr no concreto só deve ser indicado quando o corredor não tiver outra opção, de forma alguma deve tornar rotina.

Terra batida

Prós: Este piso absorve bem o impacto. É uma superfície firme sem ser muito rígida.

Contras: Quando mal conservados possuem irregularidades e buracos. Quando chove muito este piso transforma-se em lama.

Trilhas

Prós: Ótima variação para quem esta habituada a treinar em percursos urbanos; Altimetria variada, favorecendo o trabalho de força.

Contras: Algumas armadilhas naturais, como galhos e troncos de árvore podem surpreender corredores iniciantes ou não habituados ao terreno; Tênis específicos devem ser usados para evitar quedas.

Areia

Prós: Se seca e fofa é uma opção para trabalho de força de membros inferiores, principalmente a panturrilha. Quando firme e levemente molhada torna-se mais lisa permitindo o trabalho de resistência.

Contras: Ocasiona tendinite de Aquiles, pela sobrecarga no tendão para gerar propulsão. Também poderá gerar problemas na coluna devido à irregularidade do terreno. Na parte rígida perto do mar é quase sempre desnivelada.

* Não é aconselhada para iniciantes, pois requer condicionamento avançado.

Pista de Atletismo

Prós: Firme sem ser muito rígido, reduz o impacto e devolve a força aplicada gerando mais impulsão (Ideal para velocidade); Facilita a comunicação em atleta e treinador; Por ser lisa é o piso ideal para treinar a técnica de corrida.

Contras: As pistas possuem duas longas curvas que podem gerar lesões nos tornozelos e joelhos; Pode ser tedioso para treinos longos, pois o corredor passa várias vezes pelo mesmo lugar.

Esteira

Prós: Uma boa opção quando o tempo está ruim; Pode-se controlar com precisão ritmo e a inclinação; Consegue trabalhar mais tempo dentro do limiar anaeróbio; Boa capacidade de amortecimento; É recomendada para corredores de todos os níveis.

Contras: Treinar com muita freqüência em esteira não favorece a técnica de corrida fora dela; Trabalha as mesmas unidades motoras; Pode ser monótono correr sem se deslocar.

Cascalho

Prós: Não gera tanto impacto quanto o asfalto e o cimento.

Contras: Podem ser escorregadios, principalmente se molhadas; Podem causar irregularidades na pisada.

Corrida em subida

Sustente uma elevada freqüência de passada. Movimente o braço de forma ligeira e curta. Impulsione os joelhos verticalmente. Reduza o tempo de contato. Sustente a posição do corpo inclinado para frente.

Declives suaves

Apóie os pés atrás da linha do quadril. Incline o tronco para frente. Não utilize a técnica de descida de escada. + impacto + freio.


EQUIPAMENTO BÁSICO DO CORREDOR


Tênis de corrida
Características básicas:

-Boa capacidade de amortecimento;
-Ser Flexível;

-Ser adequado ao tipo de pisada;
-Após cerca de 600 km a capacidade de amortecimento fica reduzida para cerca da metade.
Meias
-Auxiliam no amortecimento;
-Favorecem a higiene;
-Evitam a formação de bolhas.

Shorts

-Devem ser leves, permitindo a livre movimentação dos membros inferiores, mas devemos utilizar sempre uma sunga por baixo, para nos homens evitar a varicocele.

-Pode ser constitui por matéria prima de diferentes qualidades, sendo a mais indicada o Dry-fit (material que melhor favorece a eliminação do calor por evaporação)

Camisetas
-Devem ser leves, folgadas e ocupar o mínimo de superfície corporal.
-De preferência de tecidos Dry-fit, e cores claras, pois atraem menos calor.

EQUIPAMENTOS FACULTATIVOS
Viseiras
Protegem o rosto da luminosidade, bonés não são indicados, pois impedem a evaporação do suor;

Óculos escuros

Protegem os olhos da luminosidade, de insetos e pedrinhas (ciclismo), e permitem que a musculatura facial fique mais relaxada;

Lace Locks

Reduzem o tempo gasto na transição (provas de triathlon), evitam que os cadarços desamarrem.

Fastskin

Permite nadar, pedalar e correr sem trocar o vestuário.


DESCUBRA O SEU TIPO DE PISADA

Todo praticante de corrida tem que saber o seu tipo de pisada, e é fundamental fazer a avaliação com um profissional especializado. Segundo o médico Rogério Teixeira da Silva, ortopedista e especialista em Medicina Esportiva, "muitos equipamentos, quando manejados de forma inadequada, podem dar uma idéia diferente do tipo de pisada de cada corredor."

Outro erro que deve ser evitado é tentar descobrir o seu tipo de pisada apenas olhando para a sola do tênis. "Todos os tênis desgastam mais do lado de fora, na região do calcanhar, independente do tipo de pisada", alerta Rogério Teixeira da Silva.

Veja abaixo um pouco mais sobre os tipos de pisada e assista aos vídeos explicativos do Dr. Rogério Teixeira da Silva.


A PISADA

O tipo de pisada é determinante na hora de escolher o tênis ideal para você. O uso de um tênis inadequado pode levar a dores, lesões e até mesmo fazer com que o atleta não consiga mais correr, nos casos mais graves. Basicamente, são três os tipos de pisada: supinada, neutra e pronada.

Pisada neutra

A pisada neutra começa no lado externo do calcanhar e movimenta o pé ligeiramente para dentro. A pisada neutra acontece quando a planta do pé apresenta um arco que vai até a linha média da base do pé.

Pisada pronada

Um corredor é pronador quando toca o solo com a parte externa do calcanhar e rola o pé excessivamente para dentro.

Pisada supinada

Os supinadores iniciam a pisada na borda externa do calcanhar e continuam nessa mesma linha, o que aumenta o impacto entre as articulações.


*Conteúdos extraídos do curso de Técnicos da CBTRI.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

CICLISMO

Método de Pedalada Ideal

Devido ao grande sucesso deste método, de ciclistas, triatletas, mountain bikers e até de "macacos velhos" que redescobriram suas pedaladas e melhoraram suas performances, resolvemos mostrá-lo na íntegra. Tudo isso para que você possa também pedalar melhor.


Antes de tudo, preocupe-se em acertar sua pedalada, separando um dos treinos da semana somente para isso - e, depois, utilizando o método como aquecimento de seus treinos daqui para frente.

O método visa o controle neuromuscular. Quanto mais é feito, mais a pedalada ideal entra no subconsciente e os movimentos ficam cada vez mais naturais.

Geralmente, todo mundo pensa que pedalar é fácil e que, como é só empurrar os pedais para baixo alternadamente, o futuro ciclista acha que já sabe pedalar e pode começar a pensar na periodização de seu treinamento visando essa ou aquela competição.

É uma tradição no ciclismo, que no Brasil foi esquecida, principalmente pela escassez de técnicos especializados em ciclismo e mountain bike nas últimas décadas. É um velho ensinamento, que acabou ficando para trás porque todo ciclista, profissional ou não, quando começa a temporada, depois de um mês sem praticamente tocar na bicicleta, deve voltar aos treinamentos específicos girando - ou seja, pedalando numa cadência (pedaladas por minuto) mais elevada. Era comum nas bikes de estrada substituir a catraca por um pinhão fixo, como nas bikes de pista - mantendo uma única relação leve, geralmente perto de 42x18 dentes.

Na periodização do treinamento, a fase do giro deve ser a primeira do treinamento, antecedendo a de resistência. É dada ênfase ao giro, à adaptação ao movimento e à sinestesia (a percepção do movimento, desenvolvendo o sistema neuromuscular). Essa fase normalmente dura um mês. No final dessa fase, deve existir a transição com a fase de resistência e do treinamento mais pesado, alternando os treinos de longa distância com os treinos de giro. Para quem vem do sedentarismo, deve-se esticar o giro por mais tempo - assim como para aqueles que ainda não conseguiram desenvolver totalmente a pedalada redonda. É como na musculação. Quando você nunca fez ou ficou muito tempo parado, precisa passar pela adaptação ao movimento, utilizando carga mais baixa nos aparelhos. Somente depois que os músculos estiverem preparados e sabendo como fazer a força, você pode executar os movimentos com uma carga maior.



Giro certo


Imagine-se subindo uma longa escada. Se os degraus forem baixos, com um passo normal, você conseguirá subir sem muito esforço e por bastante tempo. Se os degraus forem altos e você quiser subir rápido, não chegará lá em cima sem ter que parar e tomar fôlego. Se conseguir chegar, estará todo dolorido e com a freqüência cardíaca nas alturas.

O mesmo acontece com o ciclismo quando retornamos aos treinamentos depois de um grande período sem pedalar (normalmente, por mais de um mês; às vezes, anos). Nesse caso, depois de tanto tempo longe dos pedais, se você quiser sair pedalando como quando estava "treinadaço", com transmissão pesada, vai acabar herdando uma dor nos joelhos - e outras por todo o corpo. Os músculos não estão mais acostumados com o esforço, estão um pouco atrofiados.

Provavelmente, você vai se desestimular mais uma vez porque voltou com tudo - achando que só porque um dia pedalou forte, pedalará sempre.

Esse primeiro mês de giro é o mais importante para todo o resto de sua vida ciclística. É nesse período que você aprenderá a pedalar, percebendo o movimento.



Mão leve nos shift-levers!



Na volta às pedaladas, a relação de transmissão deve ser leve, de preferência acima das 100 ppm (pedaladas por minuto). Sem forçar, fluindo fácil.

Os pneus devem ser, de preferência, de baixo peso e slicks (lisos) no caso de uma mountain bike - e calibrados com a pressão máxima. Sendo assim, eles facilitarão a inércia da bike, segurando-a menos no asfalto.

Na traseira do selim, normalmente o giro é melhor. Se sentarmos mais atrás do selim, giraremos com maior facilidade. A elevação das pernas ficará facilitada - tanto é que é mais fácil girar numa bike tradicional de ciclismo ou numa mountain com ângulo do tubo de selim em torno dos 73 graus contra 78 graus numa específica para triathlon. Esqueça a distância e a velocidade média do treino, que deve durar de uma a duas horas no máximo. É basicamente um passeio com transmissão bem leve, alternado com os exercícios educativos - ou seja, momentos em que estaremos atentos em cada uma das fases da pedalada. O importante é a qualidade. Faça tudo com muito prazer, procurando sentir tudo o que acontece com a musculatura das pernas.


Pedalada redonda


Educativo 1: retorno


Na passada dos pés pela parte de baixo da pedalada, você deve sentir os pés como se estivessem limpando as solas dos sapatos num tapete, tirando-lhes a terra. Faça força somente na parte de baixo da pedalada (ou seja, uma perna impulsiona a outra para cima). Faça esse educativo em três séries de, no máximo, um minuto por treino, alternado com os educativos 2 e 3.



Educativo 2: puxada


Concentre-se e comece a perceber os joelhos subindo e passando pelos pontos altos da pedalada. Faça com que eles subam ao máximo, sem que o movimento fique pontudo, quebrado. A pedalada vem de baixo e de trás - e não somente de baixo, como a gente acredita. Procure impulsionar a bicicleta somente com o movimento da puxada das pernas, sem fazer força para baixo. Não desanime se parecer que a bike não sai do lugar. Lembre-se que você está fazendo somente uma parte da pedalada.


Sinta o movimento e perceba que, para aumentar o giro, é fundamental a ascensão das pernas. Como esse exercício utiliza um grupo muscular maior, tente completar um minuto de tiro. Lembre-se: o importante é sentir o movimento e não buscar a performance máxima. Se pensar nisso, estará acumulando muito ácido lático nas pernas.



Educativo 3: chute


Da mesma forma e intensidade dos educativos anteriores, perceba somente a fase da pedalada em que, após a perna se elevar, você "chuta" alternadamente com cada uma das pernas, preparando-as para a compressão.

Apesar de serem considerados "pontos mortos" da pedalada, os pontos alto e baixo devem ser sentidos e observados. Eles são a perfeita união entre a compressão e a puxada das pernas, fazendo com que a pedalada fique redonda e perfeita.

A compressão é a única fase em que você não precisa treinar, pois é a que você fez a vida inteira depois que aprendeu a se equilibrar na bicicleta.

Teste de cadência máxima: tiro de 10 segundos


O trajeto deve ser em asfalto o mais plano possível - e, de vez em quando, em quatro vezes por treino. Quando uma pequena descida embalar naturalmente, aumente o giro ao máximo, progressivamente e com pouco esforço, mantendo a pedalada redonda. Esse sprint deve durar, no máximo, dez segundos. A relação de marchas deve ser tal que permita um aumento de giro rápido e, no final do tiro, você "perca os pedais" (não consiga mais girar). O ideal é adquirir um ciclo-computador que informe a cadência, como o Sigma 1400 ou o Shimano Flight Deck.

Perceba que, quando realizamos o tiro de dez segundos, se a pedalada não está certa, o giro não aumenta e a pedalada fica falhada. Está aí um problema de coordenação. Procure lembrar dos educativos acima sempre que isso acontecer. Lembrar do joelho alto passando enquanto a outra perna "limpa os pés no tapete". Lembrar do pé chutando enquanto o outro está lá atrás. Pense em tudo ao mesmo tempo. E ainda pense tudo isso circular!



Batatas espremidas


Outro educativo para a pedalada ideal é a contração das batatas das pernas durante a aceleração, também conhecidas como panturrilhas ou gastrocnêmios. Essa contração não deve se estender por muito tempo. São poucas pedaladas, somente no momento de aceleração. Só um atleta treinado conseguirá realizar esse movimento por bastante tempo, usado muito em situações de pedalada ao máximo. Ela deve ser utilizada para acelerar. Ao atingirmos nossa rotação máxima, devemos procurar a manutenção do giro, relaxando as "batatas" e soltando o movimento.

Sinta a perna inchar, sinta os músculos das coxas irrigados, trabalhando ao máximo. Essa sensação da perna "cheia" é sentida, sobretudo, na elevação da perna. E termina no final da compressão.

Pode parecer difícil, mas é um exercício de coordenação, que aos poucos passará para seu subconsciente - sendo, depois de um tempo, automático. Mesmo um atleta experiente, quando volta às pedaladas ou quando está necessitando da máxima performance, precisa de concentração.


Organizando os tiros


1. Os educativos podem ser inicialmente feitos com rotação mais baixa. Aumente a transmissão, utilize uma marcha um pouco mais pesada e confortável do você utiliza quando busca os 100/110 ppm (pedaladas por minuto) - até que o objetivo seja alcançado (até que você consiga sentir somente a parte da pedalada do educativo).

2. Faça força somente na fase da pedalada mentalizada naquele momento, completando o resto do ciclo sem força alguma. Perceba que cada "pedaço de pedalada" utiliza músculos diferentes. Após alguns segundos, você os sentirá "queimando", como na musculação. Por essa razão, não exceda mais do que um minuto em cada exercício. Se não der para fazer um minuto de exercício, no mínimo execute vinte segundos. Para ajudar, conte mentalmente 1-2, 1-2, 1-2, relacionando a cada uma das pernas. Cuidado para não se machucar fazendo muita força. Lembre-se: o importante é sentir e fortalecer aos poucos os músculos, que normalmente não são bem trabalhados. Um exemplo: quando fizer o exercício do chute, você sentirá o músculo tibial, o que fica à frente e ao lado da canela. Esses exercícios servem também para que você aqueça toda a musculatura antes de um treino ou competição.

3. É até uma redundância, mas é sempre bom falar: faça muito alongamento antes e depois do treino, com calma e cuidado. Se você ainda não sabe como, acesse meu texto em www.andersonbicicletas.com.br (clique em anderson magazine/preparação física/alongamentos).

4. Para a realização desse treino, certifique-se de que os pés estão bem fixos e de que o calçado está apertado ao máximo, deixando os pés justos dentro das sapatilhas. No caso de firma-pés, que as correias estejam apertadas ao máximo (sugiro que invista num bom par de pedais de encaixe e sapatilhas).

5. Portanto, o treino se desenvolve por, no mínimo, uma hora e deve ser organizado da seguinte forma:


a. alongamento
b. abdominais
c. sair para pedalar buscando um trajeto o mais plano possível, numa cadência, se possível, entre 100 e 110 ppm durante pelo menos quinze minutos (ou até sentir-se bem aquecido).


6. Buscar um plano (ou, de preferência, uma subida muito leve), encontrar uma cadência e transmissão confortável e começar pelo exercício da fase de retorno ("limpar os sapatos no tapete"), com duração entre 20 e 60 segundos.

7. Se, durante o exercício, a transmissão for insuficiente, ou seja, muito leve, recomendo um falso plano para o tiro. Após cada tiro, faça uma recuperação livre até sentir-se pronto para outro tiro. Essa recuperação é uma volta ao giro de 100/110ppm.

8. Da mesma forma, faça o exercício da puxada e depois o do chute, sempre alternando com o giro de 100/110ppm. A compressão você já faz desde que aprendeu a pedalar. Não é necessário fazê-la.

9. Repita mais duas vezes cada exercício.

10. Para colocar em prática o giro máximo, aguarde uma "embalada" natural do trajeto, geralmente numa pequena descida, e realize três sprints de dez segundos, buscando o giro máximo. Observe a cadência máxima pedalando sentado. Faça, no início do giro máximo, a contração das batatas das pernas e perceba a diferença.

11. Volte aos 100/110 até completar o treino.


Giro balanceado



Somente assim você atingirá, depois de muito treino e percepção, a pedalada ideal e um giro inacreditável. Se fizer a coisa certa e tiver talento, chegará a mais de 200 ppm. O giro controlado economiza energia, levando-o mais longe e mais rápido.

Não estou dizendo que você deva pedalar sempre em cadência elevada, como Lance Armstrong, que pedala sempre entre 100 e 110 ppm. Cada um se adapta a uma cadência mais confortável, otimizando a relação rotação/potência. Jan Ulrich, o alemão campeão do Tour de France 97, que fez frente a Armstrong em 2001 e quase o vence em 2003, pedala com a transmissão bem pesada - e, é claro, numa cadência bem menor, algo em torno de 70 a 90 ppm. Comparando esses dois atletas, a potência de ambos em watts é praticamente a mesma. Mas, para Ulrich e Armstrong terem sucesso em suas filosofias, ambos têm que realizar a pedalada perfeita.

O teste da cadência máxima ajuda a definir se a sua pedalada está evoluindo ou não. É como uma roda de automóvel, por exemplo. Se estiver desbalanceada, não conseguirá atingir uma alta rotação. No caso da pedalada, é a mesma coisa. Se pedalarmos com muita ênfase, empurrando os pedais para baixo como a grande maioria ou pensando somente na puxada, estaremos fazendo com que a pedalada fique quebrada e não conseguiremos elevar a rotação. Somente é possível passar dos 200 ppm com a pedalada redonda - ou seja, com a mistura ideal entre a compressão, a "limpada no tapete", a "puxada" e o "chute".

Boa temporada para todos - e, é claro, com muito giro no início e uma longa e sólida época de base!


Cleber Ricci Anderson - revista "Bike Action" nº 40


sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

ATIVIDADE FÍSICA X EXERCÍCIO FÍSICO

O QUE É ATIVIDADE FÍSICA?

É natural, ao homem, movimentar-se. Para realizar nossas tarefas do dia-a-dia, andamos, subimos escadas, movemos os braços, agachamo-nos, sentamo-nos... A atividade física é o corpo em movimento, em ação. São os músculos esqueléticos do corpo (aqueles que podemos controlar voluntariamente) gastando energia, contraindo-se e relaxando, numa seqüência coordenada entre ação do tecido muscular e os tendões e os ossos.

Assim como em saúde e qualidade de vida, hoje em dia muito se fala em atividade física.

É mesmo essencial que se discuta o assunto, pois entender a atividade física significa entender o homem como um ser dependente de sua atividade física. Sim, dependemos dela e muitas vezes não sabemos avaliar quão benéfica ela pode ser.

O corpo humano é formado por células, que se agrupam em tecidos, e que, por sua vez, se coordenam em sistemas, subordinados um ao outro e interagindo para formar uma unidade, que é cada um de nós. Saber como essa máquina humana funciona, descobrir a melhor maneira de utilizá-la para nos levar de um lugar a outro, para saltar, correr, ou realizar movimento de nossos membros, são questões fundamentais.

Chamamos de atividade física toda a ação humana que envolva movimentação e acelere os batimentos cardíacos acima da freqüência de repouso. Portanto, ao praticar de um passeio ciclístico, subir escadas, fazer faxina, dançar brincar de pega-pega, subir árvore, cavalgar etc... Você estará praticando atividade física. (Segundo Saba, Fábio).

Segundo o Conselho Federal de Educação física, atividade física é todo movimento corporal voluntário humano, que se resulta num gasto energético acima dos níveis de repouso, caracterizado pela atividade do cotidiano e pelos exercícios físicos. Trata-se de comportamento inerente ao ser humano, com características biológicas e sócio-culturais.

"UMA VIDA ATIVA É MAIS DO QUE UMA ATITUDE, TRATA-SE DE UMA FORMA DE ENCARAR A VIDA, UMA POSTURA DIANTE DA VIDA."

O QUE É EXERCÍCIO FÍSICO?

O exercício físico é uma forma de atividade física que tem como característica particular o objetivo de melhorar a aptidão física (fitness). É o exercício e não qualquer atividade, que melhora a saúde e protege o organismo das doenças (Segundo Saba, Fábio).

Segundo o Conselho Federal de Educação Física – seqüência sistematizada de movimentos de diferentes seguimentos corporais, executados de forma planejada, segundo um determinado objetivo a atingir. Uma das formas de atividade física planejada, estruturada, repetitiva, que objetiva o desenvolvimento da aptidão física, do condicionamento físico, de habilidades motoras ou de reabilitação orgânico-funcional, definido de acordo com diagnóstico de necessidades ou carências específicas de seus praticantes, em contextos sociais diferenciados.

O exercício físico traz benefícios à saúde e melhora a aptidão a aptidão física na medida em que é realizado conforme as necessidades da pessoa.